SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

AMIGO RANGEL, FELIZ NATAL!


*Rangel Alves da Costa


Caro amigo Rangel, como vai, tudo bem? Cordiais e afetuosas saudações. Desde muito tempo que preciso reencontrá-lo para um abraço apertado, para uma palavra amiga.
Gosto muito de você, amigo Rangel, tenha certeza disso. Andei procurando um bonito cartão natalino para lhe enviar, porém parece-me não existir mais.
Também já não sei onde o carteiro iria encontrá-lo nesse mundo de tantas idas e vindas, de permanências e incertezas. Não sei se agora está em Poço Redondo ou em Aracaju, mas sei muito bem onde você gostaria de estar.
Não duvide, amigo Rangel, que sua sina, destino e fadário, é um dia abraçar de vez sua terra e seu povo, como se necessitasse desse imenso coração sertanejo para pulsar sua vida em seu próprio coração.
Seu presente maior de Natal seria simplesmente caminhar por essas estradas de terra nua onde sempre caminha e numa janela ou porta aberta ter uma mão calejada de luta e de sol estendida em sua direção, e no calor tão humano se igualar ao seu, ainda que nunca tivesse se diferenciado, em humildade e sentimento.
Eu diria, amigo Rangel, que teu sonho maior é viver a solidão bonita e grandiosa daquele moço de Assis, depois chamado de São Francisco, vivendo entre os seres da terra, seguido por pássaros e borboletas, convivendo com animais e conversando com as pedras do caminho.
Solidão esta que jamais o afastará da palavra e do grito, pois no teu olhar e no teu íntimo pulsar uma vontade imensa de transformar em alegria as tristezas que ainda tanto afligem o seu povo sertanejo. Mas sem poder de ação, apenas diz, como na letra de Romaria: “Eu só queria mostrar meu olhar, meu olhar, meu olhar...”.
Oh, amigo Rangel, solte essa voz sem voz e cante e grite, aquele canto novo que sempre está em seu coração: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...”, pois lá, na Carta de Paulo aos Coríntios está:
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine... O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece... tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta...”.
Eis assim Rangel, a concepção de amor no seu coração sertanejo, por isso mesmo que sempre procura fazer da humildade o seu laço de afeto e de amizade perante o seu conterrâneo.
No Francisco de Assis na sua caminhada, também a oração que teu peito exala: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver a discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvida, que eu leve a fé...”.
Siga, então, amigo Rangel, em busca de luz não apenas neste Natal como em toda a sua vida, pois precisa ainda muito caminhar para conquistar o afago daquele pássaro que ao teu roedor voeja querendo ao teu ombro repousar.
E vá sem medo, e siga sem medo, amigo Rangel, pois, na palavra e no desejo do Senhor: “E ainda se vier noites traiçoeiras, se a cruz pesada for Cristo estará contigo. O mundo pode até fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo...”.
“E ainda se vier noites traiçoeiras, se a cruz pesada for Cristo estará contigo. O mundo pode até fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo...”. Então, feliz Natal, amigo Rangel!
E Feliz Natal para você também!


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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