SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sexta-feira, 21 de abril de 2017

Palavra Solta – o estranho caso dos objetos que anoitecem e amanhecem fora da loja e ninguém furta ou rouba


*Rangel Alves da Costa


Quando aos finais de semana me desloco de Aracaju para o sertão sergipano, ao passar na cidade de Nossa Senhora Aparecida, de repente me vejo fazendo a mesma indagação: por que esses objetos sempre ficam aqui do lado de fora e nunca meliantes ou ladrões baratos passam para furtar? Fico realmente espantado, admirado, realmente surpreso que perante tamanhos índices de insegurança, de furtos e roubos, objetos amanheçam e anoiteçam fora da loja sem ninguém os levar. Observem se realmente não causa estranheza. Trata-se de uma loja que vende produtos agrícolas e artesanais, principalmente peças em barro, gesso, ferro e madeira, dentre outros. E o proprietário coloca muitas dessas peças artesanais, como grandes imagens de santos, bois, cavalos e outros bichos do campo, além de todos os tipos de quinquilharias para enfeites de residências, fazendas e sítios, na calçada da loja e um pouco adiante, mas ali mesmo deixa tudo quando baixa as portas de seu comércio. Daí que se alguém passar na madrugada pelo centro da cidade, logo vai avistar aqueles objetos do lado de fora da loja, igualmente ao alvorecer e feriados. Então surge a indagação: qual segurança que tem ali, por que de repente não furtam muitos daqueles objetos? E já faz muito tempo que venho observando isso. Eis, então, a comprovação de que ninguém leva às escondidas sequer uma garça grande de gesso. Do contrário, aqueles objetos ali não permaneceriam de dia a noite. Uma situação quase impensável de acontecer. Mas acontece na cidade sergipana de Nossa Senhora Aparecida.
  
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

Nenhum comentário: