SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sexta-feira, 10 de março de 2017

Palavra Solta - chove, sem chuva...


*Rangel Alves da Costa


Mesmo sem chuva, agora chove. Não sou poeta. Não sou romântico. Não sou maluco. Mas agora chove, mesmo sem chuva. Simplesmente por que eu quero que chova. E dependendo de como eu esteja, sempre chove quando desejo. Mas não em todas as noites, em todas as tardes, em todos os instantes. Para chover sem chuva há de estar silencioso, nostálgico, reflexivo, meditativo. Há de estar solidão, há de estar tristeza, há de estar saudade. Somente assim é que faço chover sem chuva. Coloco uma música clássica, bem baixinha, acendo uma vela, um incenso, entreabro as cortinas, começo a olhar a vidraça. E de repente os pingos começam a descer pela vidraça. Mas não tenho certeza se são os meus olhos molhados que criam tão ilusão. Só sei que chove, mesmo sem chuva.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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