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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Palavra Solta – um gole de veneno (e depois o copo inteiro)


*Rangel Alves da Costa


Tomar um gole de veneno e depois o copo inteiro. Ou não tomar nada por que a vida é boa, é maravilhosa, está tudo em busca e o viver se esmera em felicidade. Mas não precisa beber veneno por uma preocupaçãozinha qualquer, porque brigou com o outro de seu coração ou porque as coisas não saíram do jeito que imaginava. Também não precisa virar de vez o copo da despedida pelo fato de que a vitória ainda não foi alcançada ou porque tudo parece difícil demais de ser resolvido. Na verdade, não há situação na vida – seja qual for – que mereça um cálice de veneno. Contudo, acaso deseje mesmo, sinta real necessidade de se envenenar, então que faça como os poetas. Transformam as desilusões em estricninas e cicutas e vai sorvendo-as como palavras amargas. E de vez em quando morrem por causa disso.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com 

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