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A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



terça-feira, 16 de agosto de 2016

Palavra Solta - bons e tristes momentos da música brasileira


*Rangel Alves da Costa


Verdade que ainda há a memória de um Brasil da Bossa Nova, da Tropicália, do Clube da Esquina, dos Grandes Festivais. E também um Brasil da música sertaneja de raiz, da viola de pinho e duplas famosas: Tonico e Tino, Zico e Zeca, Tião Carreiro e Pardinho, Liu e Léu. Um país com nomes como Tom Jobim, João Gilberto, Betânia, Caetano, Gal, Gil, além de outros mais remotos, merece ser musicalmente relembrado. Um cheiro de nordestinidade na sanfona e na voz de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e tantos outros. Mas o que dizer desse Brasil da baianada, do axé, do sertanejo universitário, da sofrência e da cornice? Contudo, já faz muito tempo que tais ritmos musicais são engolidos forçadamente. Nos últimos vinte anos, ou talvez um pouco menos, as safras musicais surgidas são verdadeiramente de enojar. Não há mais música que preste, não há mais cantor que preste. Para uma ideia dos absurdos, de canto a outro só dá gente vendendo gato por lebre. Duplas de romantismo brega se passando por duplas sertanejas, gente cantando qualquer porcaria e dizendo que é música, bandas que só mudam o nome, pois tudo no mesmo ritmo eletrônico. Engula quem quiser, mas eu vomito na hora todo e qualquer Safadão, Pablo, Marília Mendonça, Samira e o escambau da mesma laia. Engula quem quiser, mas sinto náuseas só em citar tais nomes.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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