SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Palavra Solta: beijo na boca


Rangel Alves da Costa*


Nunca mais boca nem beijo na boca. Nunca mais olhar apaixonado nem vontade de beijar na boca. Mas não me esqueço de que nada igual ao beijo na boca. Também ninguém se esquece do beijo na boca, principalmente no lábio da primeira namorada, do primeiro namorado. Que sonho bom, verdadeira vertigem. Como é beijar, que gosto tempo, é bom ou ruim, como fazer na aproximação do lábio ao outro lábio, fechar os olhos ou não? Dizer alguma coisa antes de beijar, segurar na mão, no cabelo, abraçar pela cintura, o que fazer e como fazer? Beijo ligeiro ou demorado, apenas tocando levemente ou mais profundo e molhado? Fazer o que depois de beijar? Receitas sem receitas, passos que jamais são observados. O querer é tanto que vai cegando. Quando a boca chega à outra já está tudo escuridão, mas por dentro um brilho intenso, profundo, encantador. E durante o beijo a magia. O instante mágico impossível de ser traduzido. O ser que voa, viaja, baila no ar, extasia para depois descer. E, ao chão, as pernas tremendo, o coração pulsando, uma estranhíssima sensação de vitória. Através da boca, do desejo, do amor.   


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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