SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sábado, 16 de janeiro de 2016

Palavra Solta: as trovoadas, enfim...


Rangel Alves da Costa*


O sertão sergipano está em festa: as trovoadas chegaram. Desde o início da semana que nuvens carregadas vinham se espalhando pelos céus sertanejos e de uns dois dias pra cá as chuvaradas começaram a cair. Chuvas fortes, acompanhadas por relâmpagos e trovões, riscados e ribombos, como numa canção tão desejada por uma gente sofrida. Ao menos por enquanto, a seca devastadora vai dar lugar ao tanque cheio, ao barreiro transbordante, à fonte jorrando água por todo lugar. Ainda não há comida nos pastos, pois tudo estava esturricado demais, mas não demora muito e os brotos começarão a surgir. Matar a sede e a fome do bicho, encher o homem de esperança por dias melhores. E logo sonhar com a terra semeada, com as sementes brotando, com a vida renascendo nas plantações sertanejas. O homem sertanejo merece essa felicidade. Sua sina não é de sofrimento, padecimento ou dor, mas simplesmente viver as dádivas da existência. Só que tendo de vencer desde o sol ao fogo.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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