SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Na noite


Na noite


Depois de beijar o cálice
de beber do vinho e veneno
o lábio beija a fotografia
e o retrato vai se encharcando
com a enxurrada do olhar
até se transformar em grão
que jogado na chuva lá fora
vai escorrendo pelos canteiros
feito poesia de dor e tristeza
ou pétala morta que se vai
pelas escuridões dos esgotos
até reencontrar seu destino
de cruel abandono e solidão

e a noite vai gemendo aflição
o cálice se derrama sozinho
flor de adeus na escuridão.


Rangel Alves da Costa

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