SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

PALAVRAS SILENCIOSAS – 482


Rangel Alves da Costa*


“Quando estou triste...”.
“Transbordo o maior dos oceanos...”.
“Quando estou triste...”.
“O meu espelho se esconde...”.
“Quando estou triste...”.
“Envelheço mil anos...”.
“Quando estou triste...”.
“Tudo ao redor silêncio e solidão...”.
“Quando estou triste...”.
“Não abro toda a janela...”.
“Quando estou triste...”.
“Meu olho triste se esconde na janela...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou vendaval e temporal...”.
“Quando estou triste...”.
“Tenho a feição da tempestade...”.
“Quando estou triste...”.
“O gato e o cachorro adormecem...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou cais e as pedras do cais...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou farol abandonado...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou concha esquecida pela onda...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou a vidraça embaçada...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou a nuvem em enegrecida...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou canto e canção antiga...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou bicho entocado na terra...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou a folha seca do outono...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou um outono sem folhas...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou o silêncio amargo da estação...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou o apito do trem...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou lenço molhado de adeus...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou vela apagada...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou o murmúrio da ventania...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou o retrato amarelado...”.
“Quando estou triste...”.
“Sou o bilhete rasgado...”.
“Quando estou triste...”.
“Apenas estou, pois assim sou...”.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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