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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Alguma verdade (Poesia)



Alguma verdade


Não preciso nem precisarei
nem de bom dia ou boa tarde
se a boca é levada adiante
na face que nem olha ao lado
a quem deu bom dia ou boa tarde

quem não me conhece
que não me veja ou sinta
antes de se aproximar como amigo
e fazer da confiança o preço
da falsidade que logo virá

endureci com o tempo
reconheço estar insensível
às piedades e amizades apregoadas
por quem acha bonito ensinar
aquilo que nunca ousa fazer

passe por mim e nem olhe
não precisa fingir um cumprimento
conheço muito bem meu caminho
minha amizade comigo e solidão
e me basta reconhecer como sou

não vejo apenas olhar a flor
não vejo quem limpe a folha seca
não vejo quem seja mais verdadeiro
do que eu e meu canteiro limpo
ainda que me canse limpar o que jogam.


Rangel Alves da Costa

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